sobpoesia
1 min readOct 24, 2022

Tenho um bullet journal. Acho que isso não é surpresa para ninguém. Meu bullet journal não é usado apenas para to dos e tasks do dia, ele é usado muito mais para desabafos, reflexões, despejos e tudo que a minha cabeça acha que precisa ser externado.

Com o passar do tempo, os pontos a serem falados parecem acabar. Quando sinto isso, busco em algum lugar na internet coisas para escrever. Em outubro eu separei algumas coisas que queria pensar mais afundo, uma por dia, e, no dia 10/10 era o de falar sobre meus melhores amigos.

Eu coloco essas barreiras para as pessoas, porque as pessoas são capazes de mentir e me decepcionar, como outros que já foram considerados melhores amigos tanto o fizeram e, não duvido, ainda hão de fazer. Assim como todos os meus bullet journals, esse atual é incapaz de me fazer doer. As páginas são minhas e delas faço o que quero e como quero. Posso arrancar e começar de novo, posso colar algo por cima, posso reescrever, redesenhar, remontar e recontextualizar. Meus segredos parecem seguros ali, livres de julgamento e de distorções. Ainda me sinto errada, porém, em dizer que as páginas em branco são minhas melhores amigas.

Se eu quisesse, poderia virar a narrativa. Minhas melhores amigas podem ser aquelas já escritas, as páginas cheias de mim, mas a sonoridade dessa afirmativa tem um quê de pretenciosa e isso não combina comigo. Se existe algo que eu quero menos, esse algo, com certeza, sou eu mesma.

sobpoesia

Mãe de pet, de 11 pets. Escritora não publicada. Poetiza de todas as dores. Cega para felicidades.