As vezes percebo que o mundo é múltiplo
que vivo em um multiverso particular
que de pouco em pouco esbarra no teu.

Cada qual enxerga as cores que pode
ouve o que a mente capta
sente como lhe cabe
um livre arbítrio ilusório que floresce no cárcere da mente.

E sempre me vi fadada,
enxergo dor em tudo
e em tudo vejo muito
e em muito vejo tonalidades acolhedoras de cinza.

E te vi com o mesmo fardo
tão colorido
que ainda que confortável assisto com estranheza.

Como é que ali tem azul?
E como é que azul pode ser tão bom
e, também, tão ruim?

Talvez estejamos no mesmo multiverso
cada qual com seu protagonismo
e de roteiros que se encontram
toda vez me sinto feliz contigo.

-sbps.